O Dia da Liberdade é comemorado em Portugal a 25 de abril.

A data celebra a revolta dos militares portugueses, que nesse dia, no ano de 1974 levaram a cabo um golpe de Estado militar visando acabar com a ditadura imposta por Salazar e prolongada por Marcello Caetano, que durava já desde 1933.

O Movimento das Forças Armadas, composto por militares que haviam participado na Guerra Colonial e por estudantes universitários, teve o apoio da população portuguesa.

A Guerra Colonial tinha começado em 1961 e opunha o Exército português aos guerrilheiros que lutavam pela independência dos territórios africanos que Portugal na altura governava: Angola, Moçambique e Guiné. A longa guerra, que durou cerca de 13 anos, consumia a riqueza do país e consumia as famílias que viam partir os seus jovens para lutarem num destino incerto, do qual muitos nunca regressaram.

Os militares, cansados e convictos de que aquela guerra nunca teria um desfecho favorável a Portugal, resolveram derrubar o governo pela força. O dia escolhido para a ação foi 25 de abril de 1974. De madrugada, militares do MFA ocuparam os estúdios da Rádio Clube Português a partir de onde explicaram à população que pretendiam trazer a Portugal novamente a democracia e a liberdade.

Foram utilizadas como senhas para as várias etapas do golpe de Estado, músicas cujas letras estavam censuradas pela Ditadura. Por volta das 22.55 horas do dia 24, foi para o ar “E depois do Adeus”, de Paulo Carvalho, música vencedora do Festival da Canção desse ano. Meia hora depois, “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso, foi o grande mote para a Revolução.

Assim, uma coluna militar com tanques, comandada pelo capitão Salgueiro Maia, saiu da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, e marchou para Lisboa. Na capital, tomou posições junto dos ministérios e depois cercou o quartel da GNR do Carmo, onde se tinha refugiado Marcello Caetano.

Durante o dia, a população de Lisboa foi-se juntando aos militares. E o que era um golpe de Estado transformou-se numa verdadeira revolução.

Ao fim da tarde, o exército, apesar de vários sobressaltos e alguns momentos tensos conseguiu, sem recorrer à violência das armas, depor Marcello Caetano, sucessor de Salazar no governo, que entregou o poder ao general Spínola. Partiu exilado para o Brasil, onde faleceu em 1980.

Vitoriosos, os revolucionários restauraram o regime democrático e um ano depois, a 25 de Abril de 1975, os portugueses votaram pela primeira vez em liberdade desde há muitas décadas.

O símbolo do dia 25 de abril é o cravo, porque segundo relatos de quem viveu aquele acontecimento, uma vendedora de flores ofereceu cravos aos soldados em sinal de agradecimento. Em comemoração, os soldados colocaram as flores recebidas nos canos das suas armas, o que representava a vitória praticamente sem violência.

Após a revolução foi criada a Junta de Salvação Nacional, que nomeou António de Spínola como Presidente da República, e Adelino da Palma Carlos como Primeiro-Ministro.

 

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